DONA BIBITA
Minha amiga, anos atrás, mudou-se para uma cidade mediana em seu estado natal e iniciou um trabalho em um antiquário. A loja vendia lindos moveis antigos, raros e de valor histórico, além de suntuosos objetos de decoração em porcelanas e cristais. Nos primeiros dias, ela tratou de ir conhecendo os clientes mais recorrentes da loja, e alguns moradores populares da cidade. Não escapou aos seus olhos a pequena Josefa. Josefa tinha entre vinte e trinta e cinco anos. A dificuldade em definir sua idade, era por conta de sua baixíssima estatura, pouco mais de um metro e quarenta em saltos altos, o que dava a ela uma aparência quase adolescente. Era natural da cidade, portanto, uma pessoa conhecida por quase todos dali. As crianças, ainda na fase infantil, deram-lhe o apelido de Bibita, que ela odiava. O apelido a perseguiu a vida toda e foi motivo de grandes discussões e, algumas vezes, até caso de polícia. Josefa passava em uma rua e não faltava quem gritasse, às escondidas, o sórdido ...