VIVER RAPIDAMENTE
Vi um popular falando que a gente é meio que forçado a pensar mais rápido para agir mais rápido para responder mais rápido para ser entendido mais rápido para vencer mais rápido para (se) vender mais rápido para ser comprado mais rápido para chegar mais rápido (não me pergunte onde). Tudo tão rápido que, logicamente, essa velocidade toda nos leva a morrer mais rápido.
Hoje eu tenho uma filha e vejo tudo isso jogado até mesmo nela que nem existia quando ouvi essa fala pela primeira vez.
Querem que a criança caia o umbigo rápido, que acerte a mamada rápido, que passe a fase de cólica rápido, que endureça o pescoço rápido, que sente sozinha rápido, que engatinhe rápido, que comece a comer rápido, que comece a andar rápido, que comece falar rápido e por aí vai - até que saia de casa rápido (talvez aí um dia eu possa concordar).
Aprendi com a Liz (minha filhota) que um bebê geralmente começa a andar entre 9 e 18 meses. Uma boa margem de tempo para maltratar pais ansiosos com o desenvolvimento dos pequenos e a pressão de começar a andar rápido.
A Liz começou a andar agora com quase 15 meses. E eu luto para não pensar muito em velocidade. Gosto mais da ideia de perceber que todos os clichês com a chegada de um bebê são verdadeiros...
"Passa rápido".
"Aproveita que passa rápido".
"A gente vai sentir falta dessa fase".
Já sentimos falta da fase que ainda nem passou. E ficamos curiosos (para não dizer ansiosos novamente) para a fase que vai vir.
"Como é bom ter um bebê em casa".
E ver o tempo passar rápido.
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