Senescência

 



Senescência...

Está aí uma palavra muito bonita, que vim a conhecer há uns 10 anos!

Naquela ocasião, uma amiga da família, com quase 90 anos, sabendo do meu amor pelas palavras, me perguntara desafiadoramente se eu sabia o que era “senescência”. Nunca tinha lido ou ouvido falar, mas tinha uma vaga ideia, já que a palavra “senectude” me era familiar. Na Suíça há “Pro Senectude”, uma instituição que dá assistência aos idosos.

Por via das dúvidas, procurei “senescência” no dicionário. Gostei muito, achei-a linda, melodiosa e, sem pestanejar, adotei-a para sempre! Desde então, “senescência” define muito bem a fase etária em que me encontro.

 Com garbo, “senescência” substitui expressões bastante usadas e, às vezes pesadas, como: velhice, terceira idade, melhor idade, pessoa idosa...

Senescência...

O tom com que a falamos já inspira carinho, tranquilidade.

É uma palavra que rima lindamente com “adolescência”... aquela fase encantada, longínqua, tão querida, que guardou seu frescor nas memórias dos senescentes saudosos.

Senescência...

Pois bem, foi a palavra que mentalmente repetia, durante todo o evento maravilhoso que tivemos aqui em Palmas, entre os dias 9 a 13 de julho passado, quando senescentes do Brasil e de outros países sul-americanos se encontraram para disputarem a Superliga de Vôlei Adaptado à Melhor Idade.

Assistir aos jogos, vibrar com as torcidas, ver, presenciar e participar da alegria daquela quantidade de senescentes, foi uma experiência fabulosa, uma bênção! Eles brilharam! Verdadeiras lições de vida para uma arquibancada diversificada, numerosa e vibrante!

Não havia tristeza, gemidos, conversas pessimistas...Eles eram como “adolescentes felizes”, que tinham deixado seus problemas de saúde e outros, no vestiário! 

Ágeis, cordiais, torcedores exigentes, aquele povo de cabelo branco, calvo, gordo, magro, disputou com garra, as cores dos seus times respectivos, das suas cidades, dos seus países!

Com que entusiasmo, desfilavam seus lindos uniformes coloridos, carregavam suas bandeiras, passavam a bola, riam, reclamavam, se emocionavam e, no final, interagiam com as equipes rivais, posavam para fotos com seus magníficos troféus, abraçavam-se, trocavam endereços! Simplesmente “viviam momentos inesquecíveis!” 

Quantos desses senescentes amaram Palmas Fazem projetos para voltar! Levaram e deixaram saudades!

Pena é que muita gente desta nossa cidade, tão linda e acolhedora, não tenha se inteirado dessa festa especial!

Possivelmente os “futuros senescentes” não tenham sido informados a respeito desse evento maravilhoso ou talvez, ainda meio ressabiados, queriam se manter longe da ideia de envelhecer, tenham medo de pensar no futuro que os aguarda. 

Tudo bem! Quero simplesmente deixar aqui um pequeno e modesto lembrete:

- a SENESCÊNCIA é uma fase valorosa, bonita e digna de ser curtida por todos, em todo tempo!

Quem sabe, numa próxima vez, em que os atletas senescentes forem jogar, nem que seja só por curiosidade, os “não-senescentes” irão assistir a essa explosão de juventude!

Acreditem: valeu a pena!






Comentários

  1. Parabéns, estimada amiga professora Stella Maris Rosselet. Sou grato por tê-la na confraria da Academia de Letras de Divinópolis-TO. Sabedoria, saúde e sucesso a você, sempre...

    ResponderExcluir
  2. Ah, é claro que me senti uma senescente apreciando sua crônica. E recebo com alegria, mais uma palavra que eu também não conhecia. Obrigada, querida! Abraço saudoso.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alô, terráqueos, marcianos e outros tipos de sonhadores!

O CASO DA MOÇA COM AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA

Araras amadas