Paz... depois da tormenta
Paz... depois da tormenta
Esbaforida ela chegou na sala daquela empresa onde seriam feitas as provas para o cargo que desejava.
Começara mal o dia: não ouvira o despertador, enfrentara um trânsito denso, chuva forte. Tudo isso concorrera para sua chegada tumultuada naquela sala enorme, onde já estavam todos os demais concorrentes.
Deu uma olhada ao redor e pareceu-lhe que todos estavam calmos. Só ela, com aquela angústia, aquele nó na barriga, aquele medo de enfrentar a temível redação que lhes iriam propor.
Os participantes foram divididos em quatro grupos e cada um deles recebeu um tema diferente, baseado só em palavras: 1. Felicidade – 2. Amor –3. Saúde - 4. Paz.
Isso a assustou mais ainda pois, na escola, estava acostumada a redigir, tendo textos de apoio, figurinhas, poemas, enfim, dicas que a ajudassem a pensar.
Ficou com as mãos geladas. Se tivesse que escolher talvez fosse até mais fácil. Caiu com o tema: PAZ.
Gente! Uma palavra tão pequena, tão fácil de escrever, só três letrinhas mas tão difícil de abordar. Como fazer?
Perplexa, com a folha de rascunho na mão, não conseguia se concentrar. Deu novamente uma olhadinha à sua volta e viu que todo o mundo já estava escrevendo... A angústia só ia aumentando...
Resignada, pegou a canetinha e começou a desenhar círculos naquela folha tão branca, tão assutadora! Assim, faria de conta que estava escrevendo também.
Resolveu colocar dentro de um dos círculos algumas ideias sobre a PAZ.
Palavra fácil
Lembrou-se de que fora uma das primeiras palavras que aprendera a escrever, já que sua alfabetização, em casa, começara com a lição “A pata nada”. A mãe-professora tinha dividido a palavra “pata” em sílabas e depois, radiante, lhe dissera que se fosse colocado um z no final de pa formaria outra palavra, tão bonita: PAZ. Que descoberta sensacional para a menina de seis aninhos!
Palavra significativa
Lembrou-se também de que essa palavra curtinha e forte fora dita com ênfase, no dia do enterro de sua avó. O pastor citara as palavras de Jesus: “Minha paz vos dou, não vô-la dou como o mundo a dá”. Frase bonita, ficou gravada na sua memória desde sua infância e até hoje esse versículo a interpela.
Bem, resolveu passar a preencher o outro círculo e escreveu dentro dele:
Paz no lar
Lembrou-se de que embora tivesse havido briguinhas com os irmãos, respostas atravessadas para a mãe, isso tudo não impediu que cantassem juntos, alegres, “Noite de paz’ em cada Natal e que, trocando abraços e beijos, desejassem paz para o novo ano.
Aliás, pensando bem, os quatro temas propostos aos participantes deste concurso eram exatamente palavras chaves dos desejos de fim de ano, de aniversários, de frases prontas no facebook.
Num outro círculo colocou os dizeres:
Paz no mundo
Este tópico seria muito difícil de abordar, levaria muito tempo...
Resolveu então se concentrar num dos símbolos do desejo de todos, escrevendo:
Prêmio Nobel da Paz
Lembrou-se do texto que leu na internet e que até o decorou, caso precisasse em algum trabalho: “O Nobel da Paz é um dos cinco prêmios oferecidos anualmente pela Fundação Nobel e foi criado para distinguir pessoas ou organizações que estejam envolvidas em uma maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz. É, portanto, um prêmio Nobel com características próprias, onde os laureados encontram-se essencialmente envolvidos na resolução de um processo que leve ao bem-estar da humanidade.”
Veio-lhe à mente a figura frágil e forte de Malala Yousafzai, recebendo o Prêmio Nobel da Paz, pela sua luta contra a discriminação das crianças e jovens e pelo direito destes à educação.
As palavras simples e cheias de entusiasmo de Malala ainda repercutem nos seus ouvidos:
“Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo."
Pensando em Malala, no mundo, as ideias proliferam agora na sua cabeça. Quanta coisa ela poderia escrever!
Ela consulta o relógio e vê que o tempo para a redação já está se esgotando...
Ela não terá tempo de passar a limpo, em frases bem torneadas, as ideias que colocou nos três círculos.
Interessante... ela não se apavora com isso! Estava calma, em paz consigo mesma!
Com a canetinha ela desenha um coração bem grande, envolvendo os círculos onde rascunhou suas ideias.
No final da página desenha uma pomba. O olhinho da pomba é o ponto final.
Ela assina esse rascunho, levanta-se tranquilamente e, com um sorriso, entrega sua “folha de PAZ” ao examinador.
Esbaforida ela chegou na sala daquela empresa onde seriam feitas as provas para o cargo que desejava.
Começara mal o dia: não ouvira o despertador, enfrentara um trânsito denso, chuva forte. Tudo isso concorrera para sua chegada tumultuada naquela sala enorme, onde já estavam todos os demais concorrentes.
Deu uma olhada ao redor e pareceu-lhe que todos estavam calmos. Só ela, com aquela angústia, aquele nó na barriga, aquele medo de enfrentar a temível redação que lhes iriam propor.
Os participantes foram divididos em quatro grupos e cada um deles recebeu um tema diferente, baseado só em palavras: 1. Felicidade – 2. Amor –3. Saúde - 4. Paz.
Isso a assustou mais ainda pois, na escola, estava acostumada a redigir, tendo textos de apoio, figurinhas, poemas, enfim, dicas que a ajudassem a pensar.
Ficou com as mãos geladas. Se tivesse que escolher talvez fosse até mais fácil. Caiu com o tema: PAZ.
Gente! Uma palavra tão pequena, tão fácil de escrever, só três letrinhas mas tão difícil de abordar. Como fazer?
Perplexa, com a folha de rascunho na mão, não conseguia se concentrar. Deu novamente uma olhadinha à sua volta e viu que todo o mundo já estava escrevendo... A angústia só ia aumentando...
Resignada, pegou a canetinha e começou a desenhar círculos naquela folha tão branca, tão assutadora! Assim, faria de conta que estava escrevendo também.
Resolveu colocar dentro de um dos círculos algumas ideias sobre a PAZ.
Palavra fácil
Lembrou-se de que fora uma das primeiras palavras que aprendera a escrever, já que sua alfabetização, em casa, começara com a lição “A pata nada”. A mãe-professora tinha dividido a palavra “pata” em sílabas e depois, radiante, lhe dissera que se fosse colocado um z no final de pa formaria outra palavra, tão bonita: PAZ. Que descoberta sensacional para a menina de seis aninhos!
Palavra significativa
Lembrou-se também de que essa palavra curtinha e forte fora dita com ênfase, no dia do enterro de sua avó. O pastor citara as palavras de Jesus: “Minha paz vos dou, não vô-la dou como o mundo a dá”. Frase bonita, ficou gravada na sua memória desde sua infância e até hoje esse versículo a interpela.
Bem, resolveu passar a preencher o outro círculo e escreveu dentro dele:
Paz no lar
Lembrou-se de que embora tivesse havido briguinhas com os irmãos, respostas atravessadas para a mãe, isso tudo não impediu que cantassem juntos, alegres, “Noite de paz’ em cada Natal e que, trocando abraços e beijos, desejassem paz para o novo ano.
Aliás, pensando bem, os quatro temas propostos aos participantes deste concurso eram exatamente palavras chaves dos desejos de fim de ano, de aniversários, de frases prontas no facebook.
Num outro círculo colocou os dizeres:
Paz no mundo
Este tópico seria muito difícil de abordar, levaria muito tempo...
Resolveu então se concentrar num dos símbolos do desejo de todos, escrevendo:
Prêmio Nobel da Paz
Lembrou-se do texto que leu na internet e que até o decorou, caso precisasse em algum trabalho: “O Nobel da Paz é um dos cinco prêmios oferecidos anualmente pela Fundação Nobel e foi criado para distinguir pessoas ou organizações que estejam envolvidas em uma maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz. É, portanto, um prêmio Nobel com características próprias, onde os laureados encontram-se essencialmente envolvidos na resolução de um processo que leve ao bem-estar da humanidade.”
Veio-lhe à mente a figura frágil e forte de Malala Yousafzai, recebendo o Prêmio Nobel da Paz, pela sua luta contra a discriminação das crianças e jovens e pelo direito destes à educação.
As palavras simples e cheias de entusiasmo de Malala ainda repercutem nos seus ouvidos:
“Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo."
Pensando em Malala, no mundo, as ideias proliferam agora na sua cabeça. Quanta coisa ela poderia escrever!
Ela consulta o relógio e vê que o tempo para a redação já está se esgotando...
Ela não terá tempo de passar a limpo, em frases bem torneadas, as ideias que colocou nos três círculos.
Interessante... ela não se apavora com isso! Estava calma, em paz consigo mesma!
Com a canetinha ela desenha um coração bem grande, envolvendo os círculos onde rascunhou suas ideias.
No final da página desenha uma pomba. O olhinho da pomba é o ponto final.
Ela assina esse rascunho, levanta-se tranquilamente e, com um sorriso, entrega sua “folha de PAZ” ao examinador.
Comentários
Postar um comentário