Tá todo mundo diboas na república das tretas

 


Do troco minguado no supermercado você tem de escolher: o café barato ou o barato da schin. E toca a semana pensando no fim de semana para assar aquele cupim.


No trampo é mais chique palpitar sobre a reascensão do intrépido Trump no império estelar do aparente e simulado american way of life. Enquanto a pinguela no seu bairro que te lembra que você tá é no quarto mundo, você introjeta.


O desejo da tua mulher de sair da senzala da tua casa você comprou com uma prancha de fazer chapinha. E ela te lembra sempre que não foi uma boa coisa, quando você sai do banheiro todo molhado e quer se achegar. Você, então se arrepende. Mas é tarde, a alforria foi dada.


De brega, você não tem mais nada. Conseguiu comprar um apartamento pelo Minha Casa Minha Vida. E as ondas internéticas você surfa no wi-fi que você tem. Até a música melhorou. Agora você só ouve sofrência.


Corrupção você só veio saber que é a erva venenosa que mais dá e mais mata no Brasil em pleno Século XXI. Fruto da sua contemporaneidade e do jornalismo que hora disputa com a poesia o lugar de serviço mais barato oferecido no mercado, não da sua educação .


Mas, diboas ninguém fica. A não ser no Eldorado, Atlândida ou Sangri-lá. Por aqui, é osso rangendo no osso. O século tá cheio de luzes, mas tá tudo cada vez mais escuro. Perfeição mesmo só se encontra em shoppings em período natalino.


Ronaldo Coelho Teixeira




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