NOVA ORDEM MUNDIAL
Abro meus noticiários da manhã e mais uma vez vejo o título desta crônica, o qual vem fustigando olhos e cérebros por todo o mundo. Os modos de abordagem são os mais diversos, desde citação dos “Illuminati” até “Conselho Intergalático”.
Como esta crônica deve se pautar pela realidade, deixemos de lado o passado no iluminismo e o futuro para o pós contato imediato de vigésimo grau e cuidemos de observar o aqui e agora, tendo consciência de que o “aqui” se refere ao planeta Terra e o “agora” é um tempo onde os ciclos econômicos já não obedecem a produção de um ano ou seis meses na produção rural, mas se completam em milissegundos nos supercomputadores e seus mecanismos como a IA.
Já por premissa básica, a tal nova ordem mundial é estribada nos dois fatores elencados acima: todos os fatos são mundiais e a percepção de realidade muda instantaneamente a cada milissegundo, ultrapassando a “modernidade líquida” com que nos brindou Bauman. A mudança em nossa realidade já não se dá na rapidez do líquido que se espalha, mas no vapor e sua virtualidade inerente.
Não é estranhável que os dados estão nas nuvens, enquanto inteligências artificiais reorganizam conceitos e invadem o universo da física quântica para reformatar a noção de realidade. Toda essa rapidez ainda é de difícil aceitação para nossas mentes ainda presas entre grades de ferro da mecânica newtoniana.
Apesar dessa nossa dificuldade em acompanhar e aceitar as mudanças que estão ocorrendo em todos os setores da vida humana (social, econômico, espiritual, comunicacional, industrial etc.), elas ocorrem. Dada a vastidão de campos do viver humano, escolho a economia para reflexão nas poucas linhas que me restam a preencher.
O pós segunda guerra mundial foi um marco de definição da estrutura econômica mundial, com criação de organismos reguladores do setor econômico, como o FMI e OMC, a adoção de uma moeda de referência, o dólar, a qual deveria estar alicerçada no padrão ouro. Foi, à época, a instituição de uma Nova Ordem Mundial.
Hoje, temos uma reorganização dessa ordem, a qual, logicamente significa uma “desordem” da considerada ordem do pós-guerra. Estão no ar (e nas nuvens) as moedas virtuais, sem qualquer vestígio de lastro físico. Essa conceituação se espalha para as coisas físicas: os motores já não têm pistões, mas circuitos eletrônicos; os combustíveis fósseis em franca decadência, enquanto se incrementa a energia fabricada (elétrica, atômica etc.); os veículos de comunicação não são estanques, não trazem os “fatos do dia”, nem passam em “revista” os fatos da semana; trazem fatos no segundo, no minuto em que estão acontecendo e, lembrando que os fatos são imbricados com todos os fatos do mundo, a realidade do planeta é nova a cada instante.
Destaca-se como um farol vermelho a piscar em alerta, a dificuldade e mesmo a impossibilidade de a mente conservadora (sim, conservadores políticos, conservadores econômicos, conservadores sociais) sequer compreender esse movimento de mutação. E na área econômica vemos a todo instante a mudança ocorrer na ordem econômica mundial.
Os países já não obedecem aos ditames da velha ordem; reorganizam-se em blocos de interesse econômico; buscam firmar pontes de comunicação econômica com outros blocos e países, demitindo de seu posto o anterior “gerente geral” da economia do mundo. O império está ruindo.
A ciência econômica cria novos paradigmas, transferindo o trabalho humano para as máquinas; as ciências naturais criam novos conceitos, as ciências industriais criam novos produtos, sempre com maior rapidez, enquanto os conservadores agarram-se com unhas e dentes à velha ordem mundial que, a olhos vistos, se desagrega, enferruja, se desmancha, evapora.
A Nova Ordem Mundial está em construção e quem não acordar para tal realidade vai perder não o “bonde da história”, como antes, mas sim o trem-bala da evolução. Que o digam os desmiolados que coroam suas cabeças vazias com um boné vermelho escrito MAGA (Make America Great Again / faça a América grande novamente) e confeccionados na China.
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