Constança e Esperança
Será Esperança o motor de minhas paixões? Guardo e uso com certa ternura a palavra esperança. Uma vez vivi um intenso amor com uma mulher Esperança. Acho belíssimo o nome e encontro amiúde a palavra na literatura, em poesias e canções.
Por esses dias a palavra me pareceu piegas. Tão piegas quanto novelas de televisão. Encontrei no sentido de desejo, quiçá uma maneira mais apropriada de definir uma sensação mais do que um sentimento. Uma sensação que sobrevive a toda a tristeza atávica que conjura o ser humano. Estar num mundo que é triste apela para uma razão matemática do ser.
A interferência elétrica do desejo, que é uma intervenção material, sensível nos músculos, no sangue, na temperatura do corpo, produz em mim a tal sensação, um fluxo de emocionada felicidade orgástica como a plenitude.
Na imaginação isso revelará então o sonho. A plenitude do ser consumada na imaginação.
No mais profundo poço de melancolia sobrevive a eletricidade do desejo. Será possível a realização dos desejos de uma maneira permanente ou a dinâmica dos desejos nos deixará sempre a desejar e intermitentemente a sofrer.
Constança contracenava minha paixão por Esperança.
Constança fora a minha casa numa tarde chuvamiscosa do fim da primavera. Eu arrumava livros esparramados pelo chão da sala. Limpara a estante e agora relocava os livros. Estava de joelhos e a casa é pequena, quando ela bateu a porta, de uma engatinhada alcancei a maçaneta e abri, de joelhos. Constança estava com um vestido verde claríssimo, transparente, de decote discreto, mangas curtas.
A sílfide do corpo torneada pela luz do dia sob o vestido. Seu corpo nu ao véu diáfano do fato, Constança sem calcinhas. O aprumado das pernas, a boquinha da buceta na altura de meus olhos. Ela fechou a porta e eu ajoelhado levantei seu vestido lambendo suas coxas e chupando sua fenda carnuda facetada em falanges.
Constança prendeu minha cabeça com as mãos cravando unhas no meu cabelo e acariciando meus ombros e pescoço. Ela vergava os joelhos de prazer e a levantei nos ombros, com a boca na fenda molhada, lambuzada, viscosa. Ela desceu escorregando suave e de pé agarrou meu pau com uma das mãos e meu pescoço com a outra, puxando minha boca para o beijo. Levantou a perna direita à altura de minha cintura e colocou meu pau na concha justa e lubrificada entre suas pernas. Empurrei nossos corpos assim fusionados na direção da parede e nela apoiei as costas de Constança. Achei o prumo perfeito da penetração e do peso, da alavanca. Meu corpo e o corpo de Constança, encaixe de Lego.
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